Ontem movimentei o Impala 1961, 888 dias após tê-lo comprado.
Sentei-me em banco velho de Opala, recém-fixado ao assoalho nu com um só parafuso e perto demais do volante para um pernalta como eu, e liguei o velho e bom seis cilindros, de quase 3900 cm3.
Chovia moderadamente.
O carro tremia, sem seu vidro traseiro, retirado para que o habilidoso lanterneiro Eurípedes ajustasse o último friso faltante, que está fabricando.
Refleti se deveria tomar essa chuva ... não eu, mas o velho Chevrolet!
Nino, o mecânico, me encorajou: - Não perca essa oportunidade!
Engrenei a ré, usando o câmbio de três marchas na coluna, e saí do galpão de restauração do VCC-Brasília.
Arranhei o câmbio ao passar a segunda...
Nas amplas instalações do clube, passeei – engrenei terceira, subi, desci, voltei para segunda, primeira, novamente segunda, terceira...essas coisas que todos fazem sem pensar ao dirigir, mas que fiz com cuidado e me deram grande satisfação.
Freei forte, fiz cantar pneu, passei rápido pelo quebra-molas – e a tampa do porta-malas, sem chave, abriu e bateu!
Não tem, ainda, limpador de pára-brisas – o vidro ficou cheio de água.
Após manobrar e dar uma ré, voltei a tentar engrenar marcha e... encavalou o câmbio! Não saía mais do lugar. Felizmente, entrou alguma marcha e pude reabrigar o ex-imóvel, agora automóvel.
Divido essa alegria!
Mas confesso uma mentirinha: foram 887 dias somente... eu devia ter deixado a volta para hoje.