Opala 1982 - um sonho de consumo

Em 1982, quando me formei e comecei a trabalhar como engenheiro, não imaginava grandes coisas. Queria me afirmar profissionalmente. Trabalhava 47 horas por semana dentro da empresa - sério! - e, muitas vezes, fui no fim-de-semana e levei serviço para casa. Sem hora extra! Foi fogo...
Ganhava 130 mil cruzeiros por mês, e o Opala cupê mais barato custava 1,5 milhão no fim do primeiro semestre e 2,2 no fim do ano. A inflação era fogo...
Em fins de 2010, surgiu a oportunidade de trocar o Monza vendido ao mecânico Jacó pelo Opala branco do porteiro da 305 sul, o Ozias. Com ele há muitos anos, "pronto para viajar" (!!??) e ainda por cima com direção hidráulica, toca-fitas e rodas de magnésio!
Consegui, com jeito, que Jacó devolvesse o carro e fomos ao cartório. De uma tacada só, passei o Monza p/ o Ozias e o Opala para mim.

Tirei essa foto com meu celular desde o apartamento de minha mãe. Dei uma volta no carro em  agosto de 2009 e fiquei com ele na cabeça.

Essa foto é de dez/2010, quando troquei o Monza pelo Opala.

 Foi até comovente quando o Oziaas se despediu de seu fiel Opala, há tantos anos com ele.
Na foto acima, Jacó levou Ozias até o Opala, que já estava em sua Oficina "Ventania" - nome que dei à sua oficina virtual, na W2 sul, há décadas lá.
José Jackson - seu verdadeiro nome - trabalhou duro no carro, com muita boa vontade.
Em fita K7 gravada antes do Rodrigo nascer - nem nome ele tinha ainda - fiz "controle mental" planejando ter um Diplomata 82 cujo nome seria Dower.
Ao ver o pobre Opala standard 82, cuja única concessão ao conforto é a direção hidráulica e em petição de miséria, vi que seria mais apropriado chamá-lo de Dobby - o elfo andrajoso da série Harry Potter... e o nome "colou" na hora, para mim.
Jacó consertou tudo, gastando pouco, e ria-se da afirmação que o Opala "podia viajar"...

 Eis o interior. O tecido estava gasto como poucas vezes vi - e os bancos já não eram originais.
 Os bancos de trás também estavam bem gastos, o descansa-braço meio quebrado... Mas são de design mais bonito que o original do 82 e fiquei tentado a mantê-los..
 Painel simples, sem conta-giros, marcando 07206 km. Quantas vezes terá virado?
 O motor quatro cilindros, 2500 cm3, ainda é valente e está bom, segundo meu geriatra automotivo, Dr. Jacó. Em abril/2011, foi retirado do carro para pintura no tom da SL: Mercedes Graublau, azul metálico. Puristas, tremei...
Logo que saí com o carro, levei-o ao Osvaldo "Moela", posto Shell da 410 sul, com quem troco óleo desde 1996.Ele sempre agrega muitos serviços e informações.

 Chassi não sofreu muito e poucos vazamentos havia.
 Mais ferrugem, mas nenhuma batida séria.

 Carlinhos fez sua mágica. Na foto acima, já com chapa trocada.

Escoltado pelo Jacó, dirigi em fevereiro/2011 o Opala ao Vcc - não sem dar pau na ida, pois soltou-se o cabo da bobina - e lá foi imediatamente desmontado pelo Washington e pelo Serginho, para que o cirurgião Carlinhos fizesse suas plásticas. Na foto acima, já com saia comprada nova, cortada e soldada no lugar.


No ferro-velho do Paulinho, pegamos bancos do modelo 82, capô e rodas. Os bancos estavam em lastimável estado, o capô também.
Foi bacana ver que o Marcos Fix se empolgou com a reforma das rodas, achou uma correta para o ano (a que está com o pneu, na foto), e se comprometeu a fazer em plástico preto as calotinhas centrais de cada roda. Na foto abaixo ele segura o cilindro maciço de plástico que usará para fazê-las.
Peguei rodas no Ferro-Velho do Paulinho - cinco rodas por 450 reais! - e as levei para a Torneadora do Alemão, onde Marcos Fix as pegou em março/2011 para dar um capricho nelas e deixa-las novas, pintadas de prata e diamantadas, por 500 pratas. Conseguiu-me uma roda legítima do 1982, que é a que tem o pneu montado. Na foto vê-se que as "Ralinho", mais modernas, são muito parecidas com a original. Com a vantagem que ficam com aparência de cromadas e ainda posso por calotinhas grandes, se desejar.

Seguro o capô verde - mas estava muito ruim e ainda preciso achar outro. Em 10/4/11 devo voltar ao Paulinho para ver um Opala que por lá chegou.
Importantíssima decisão foi tomada: perguntando à minha mulher de que cor eu deveria pintar o carro, ela disse, sem pestanejar: DOURADO. 
Ao ver que mudaria de cor, e com a necessidade de retocar toda a SL conversível, decidi  para ela deslocar o Sérgio Evandro e alocar o Ivan no Dobby. Com jeito, falei com o Sérgio e ele entendeu bem. As fotos abaixo já mostram o serviço do Ivan, que "atacou" toda a lataria.

O carro já está bem liso e não terá frisos laterais. A menos que eu encontre os do Diplomata, jogo completo e em bom estado.

O banco azulado foi-me trazido de Goiânia pelo amigo Divino Roberto. Mas... era de um quatro-portas. Assim, dei um para o Buick do George e o outro irá para o Impala.
Washington comprou, em Taguatinga, 12 m2 de couro macio, preto, de boa qualidade. Pensei em fazer de alguma outra cor - mas fechei com o preto, para combinar com painel e forros de porta.
Eis o atelier do competente e simpático tapeceiro, num canto do galpão de restauração do Vcc-Brasília.
A espuma traseira dos bancos de Goiânia estavam em bom estado e serão revestidas em couro.

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Comparativo - Antes e Depois (set/2011)
Frente









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