Coitado do pássaro de fogo.
quando dei por mim já ia escapar.
Consegui capturá-lo por um triz!
Dirigi-o ao Clube, todo feliz,
Mas na primeira vez já tive que parar
No Eixo Monumental, que perigo.
Que fogo, que nada: só fumaça
Saía de suas lindas ventas;
Sua maviosa voz era grito ensurdecedor,
Na verdade, um urro de lamento:
Doía-lhe tudo!
Pacientemente - se bem que perdi
A paciência algumas vezes, -
Esperei o momento certo.
Subia, caminhava por cima dele:
Capô, teto, porta-malas.
Ato louco, iconoclasta, sei
Mas ele sabia ser carinho, sabia
Que eu juntava forças e recursos
Para começar a empreitada
Anos depois da aquisição,
após ficar no sol e na chuva,
como um anão de jardim,
de pára-choque a pára-choque,
Literalmente tudo foi refeito ou trocado:
Motor, câmbio, suspensão
Interior, emblemas, lataria...
E o pássaro voltou a voar
Baixo, é verdade;
Ainda rugindo, mas agora
Num barítono deliciosamente provocante!
Eis que está aqui comigo,
Saímos juntos, curtindo
Nas velocidades da L4, ele ronrona
Tudo o que desejo é rodar até carecar seus pneus...
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