terça-feira, 8 de março de 2011

Jade, ou EU posso ter uma Mercedes top de linha???

Um classificado de jornal dizia:
Vendo Mercedes 500SEL toda automática.
Nada mais, além do telefone. Liguei, visitei, passeei no carro. Foi a primeira Mercedes que guiei.
Paixão imediata, à primeira vista. Toda machucada, assustei-me. Busquei, à noite, o expert Celinho em sua casa. Ao lado do carro, ele me garantiu, com sua tranquilidade de sempre:
- Dá para recuperar tudo.
Eu queria acreditar, embora os bancos estivessem rosados - e não caramelos. Sua grade frontal tinha um amassado, incrivelmente recuperado mais tarde. Sua pintura estava feia, esbranquiçada. De sua complicada parte elétrica, não funcionava nem um terço. E eu, no final da construção de minha casa.
Foi loucura!
Comprada pela Embaixada da Costa Rica. De um pequeno país! Para lucrar com a revenda, decerto; estava probida a importação, na época.
O dono anterior tinha faturas dos 90000 aos 150000 km. Caras, feitas nas concessionárias da época.
Eu tinha barba preta, e bastante cabelo, em 2000!
Luiz, da Box 3 - onde andará? - pintou rapidamente, e por 1500 reais apenas (o salário mínimo era de 130 reais). Embora eu tenha retocado, essencialmente foi essa pintura que, dez anos depois, conquistou placa preta junto com o carro - embora tivesse "olhos de peixe", escorridos, etc.
Já rodei muito com ela - seguramente mais de 25000 km. Seu odômetro ficou um bom tempo estragado e, hoje, marca... em milhas! Houve um ano em que rodei basicamente com ela e com o Joy, após vender um Tempra que tinha.
Paradoxalmente, dez anos depois da aquisição, ela nunca esteve tão boa: bancos foram reformados, parte elétrica toda boa, ar gelando, motor forte, câmbio passa sem trancos, suspensão macia e não bate, pintura retocada. Sempre há o que fazer, no entanto: como me disseram quando entrei no hobby, há quase quinze anos: um carro antigo é como um organismo vivo, em perene mudança (= consertos a fazer).



Nenhum comentário:

Postar um comentário